A Feira e suas representações: O Patrimônio Imaterial da feira de São Joaquim, Salvador-BA
Desde a Idade Média, as feiras livres existem no mundo não apenas como forma de abastecimento da população, mas também como local para desenvolvimento social e interação. Tais práticas também podem ser encontradas nas feiras que se desenvolveram no Brasil durante o periodo colonial, até os dias de hoje, em feiras. que passaram a existir no início do século XX. É nesse contexto que surge a Feira do Sete, servindo como entreposto comercial para a troca de mercadorias que chegavam do Reconcavo Baiano através das rotas maritimas que se estabelecem na Baía de Todos os Santos. A Feira do Sete se consolida, passando a ser conhecida como Feira de Água de Meninos, espaço que mais tarde, após um incêndio, seria transferido de lugar e passaria a ser chamado de Feira de São Joaquim. Sabe-se que a Feira, durante todo o processo de transformação e consolidação, passa a ser lida de formas variadas pelos diversos grupos da sociedade baiana. Essas leituras são passadas para a população através das representações, construções criadas para transmitir uma ideia e que assumem caráter diferente, dependendo de quem a cria. Tais representações colocam a Feira de São Joaquim num espaço de controvérsia, sendo exaltada como bem cultural por uns, enquanto vista como um problema a ser sanado por outros. Entretanto, atualmente se percebe que a dimensão cultural da Feira a coloca num espaço de valorização do viés imaterial ligado a ela, que é demonstrado através das mais diversas formas de se fazer comércio, além das manifestações culturais próprias daquele espaço, como pode ser notado pela vivência diária e pelos comentários na internet, colocando a Feira num espaço de encruzilhada cultural. São esses fatores que permitem pensar no registro da Feira enquanto patrimônio imaterial, seguindo exemplo de outros espaços que são vistos dessa maneira no Brasil.
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Autor:
Rodrigo Pereira
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Ano
2022